Olá
amados que acompanham o QLA... Paz a todos! E vamos ao post...!
"Jesus, porém,
disse: Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos. E a
mulher respondeu: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas
que caem da mesa dos seus senhores.” (Mateus 15:26-27).
Qual
a sua impressão acerca da personalidade de Jesus? É possível imaginar Jesus Cristo como alguém
insensível, capaz de ignorar e humilhar uma pessoa necessitada? Sabe, se eu
tivesse que descrever Jesus utilizando apenas uma palavra, de certo que usaria
a mais óbvia de todas, “Amor”, sim, pensar em Cristo é sinônimo de refletir
sobre o amor, sobre carinho, atenção, bondade e outras características
similares. Encanta-nos observar o modo atento e devoto com o qual
Ele trata as
causas de pessoas que aos olhos de muitos são simplesmente insignificantes,
Jesus nos parece ser uma pessoa incapaz de ser arredia ou grosseira até mesmo
com uma mosca que pousa sobre uma flor, até imagino o Mestre pedindo, “com
licença, Sra. Mosca, a Sra. poderia fazer a gentileza de se retirar da minha
flor?”.
Todavia,
há uma história na Bíblia que parece ser uma exceção a essa regra, um relato
que nos intriga e confunde por conta da estranha conduta adotada por Jesus
perante uma pobre e necessitada mulher. O evento está descrito no capítulo 15
do Evangelho de Mateus, Jesus e seus discípulos passeavam pelas cercanias de
Tiro e Sidom, na região da antiga Fenícia, quando foram interpelados por uma
mulher cananeia que, desesperadamente, clamava por misericórdia em prol de sua
filha, que estava miseravelmente atormentada, porém, ao contrário do amor que
comumente demonstrava, Jesus apenas ignorou o chamado, ou, como relata o
versículo 23, “não lhe respondeu palavra”.
Cuidando, provavelmente, que sua voz era abafada pela multidão, a mulher
insistia e gritava por atenção, entretanto, Jesus, demonstrando aparente
insensibilidade, adverte dizendo, “eu não foi enviado senão às ovelhas perdidas
da casa de Israel”. Para uma mulher grega (siro-fenícia de nação, conforme
Marcos 7:26) a resposta de Jesus era um verdadeiro balde de água fria, afinal,
embora fosse uma necessitada, não era de Israel.
Porém,
aquela mulher perseverou, seu orgulho era muito menor do que sua necessidade,
então ela se prostra e clama por socorro, todavia, Jesus desfere o golpe de
misericórdia e responde, “Não é lícito tirar o pão da mesa dos filhos e
deitá-lo aos cachorrinhos”. Confesso, eu nem mesmo teria ficado para ouvir a
terceira resposta, no segundo “não” já teria tomado ciência da minha
indignidade e buscado outro recurso! O que é mais difícil de entender é o
porquê de tamanha falta de cortesia e sensibilidade de Jesus, por que Ele
ignorou a difícil situação daquela mulher? Por que não se importara com sua
dor? Por que razão comparou o pedido de uma pobre mulher a um cachorro clamando
por migalhas?
Quantas vezes você já se sentiu
ignorado pelos céus? Parece familiar levar um pedido a Cristo e sentir que Ele
“não lhe respondeu palavra”? Há quanto tempo você tem orado por uma causa
específica e nenhuma resposta ou resultado é avistado? Não raras vezes nos
desestimulamos em buscar a Deus porque depositamos expectativa de resposta e
resultado nas orações segundo nossos próprios planos, esperamos a resposta
imediata nos termos em que requeremos, porém, muitas vezes sem avisar, Jesus
decide diferente do que pensávamos, assim, nos sentimos humilhados e ignorados.
Uma
coisa é certa, Deus escolhe os meios e os fins, trata conforme Seu maravilhoso
plano e Sua pré-ciência, não nos permite passar por provas além daquilo que
possamos suportar. Antes de aparentemente destratar a pobre cananeia, Jesus já
sabia qual seria sua reação, por isso agiu de modo que aquela mulher se
sentisse cada vez mais impelida a buscá-lo, tanto é que no fim do diálogo
aquela mulher já estava agarrada aos Seus pés. Sabendo que uma vida de oração
fortalece a alma humana, Jesus em diversas situações age de modo que não
entendemos, fazendo com que perseveremos em buscá-lo e aprendamos a nos
sujeitar à Sua vontade, mesmo sem entendê-la.
Embora
necessitada, aquela mulher por três vezes se deparou com um “não”. Na primeira
investida Jesus não lhe respondeu palavra; na segunda, Cristo afirmou que não
veio senão às ovelhas de Israel; na terceira vez Jesus, simplesmente, afirmou
que não era correto tirar da mesa da família e entregar aos cachorrinhos. Como
você reage ao ouvir um “não” da parte de Deus? É comum ouvirmos pregações
enfatizando o fato de sermos “filhos do Rei”, de modo que tudo o que pedirmos
nos será concedido, contudo, é necessário frisar que o fato de o Rei dos reis
ser o nosso Pai dá a Ele a autoridade para nos dizer “não”! Uma resposta negativa
de um pai também é uma prova de amor, sendo certo que Ele (e só Ele) sabe o que
é melhor para seus filhos, Suas bênçãos visam sempre o que precisamos e não o
que simplesmente queremos.
Aquela
pobre mulher reagiu da melhor forma, diante do “não”, iniciou sua resposta com
um “Sim, Senhor…”. O “sim” diante do “não” representa sujeição e obediência,
ela aceitou a vontade divina mesmo sem entendê-la, foi o reconhecimento de que
o plano de Deus é soberano e desejável mesmo que não seja o nosso!
Na
continuação do diálogo a mulher demonstrou ter alcançado o ápice da revelação
do projeto divino para o homem, persistiu em busca da solução do seu problema e
afirmou que “também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos
seus senhores”.
Aquela
afirmação maravilhou a Jesus, a mulher entendeu que Deus é capaz de resolver
todos os nossos problemas, operar curas, abrir portas de emprego, dar uma vida
financeira saudável, cuidar dos nossos relacionamentos, derrubar muralhas e
romper barreiras intransponíveis, porém, todas essas dádivas são verdadeiras
MIGALHAS, isso mesmo, pequenos pedaços, porções mínimas que caem do céu em
forma de bênçãos, pois lá há um grande banquete, uma mesa posta com toda sorte
de presentes inimagináveis pelo coração e mente humanos!
Quando
ficou claro para Jesus que a mulher entendeu Seu maravilhoso projeto, Ele, uma
vez mais, quebrou o protocolo e agiu diferentemente do que normalmente fazia.
Em diversas passagens Jesus nos ensina a priorizar a vontade de Deus em
detrimento da humana, o Mestre ensinou os discípulos a orarem dizendo, “seja
feita a Tua vontade” (Mateus 6:10), até mesmo Ele orou dessa forma, dizendo ao
Pai, “que não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Mateus 26:39), porém
naquele dia Cristo olhou para uma pobre e necessitada mulher estrangeira e
disse, “grande é a tua fé, seja feita conforme a tua vontade”. Apesar de
parecer estranha e contraditória a fala de Jesus, o que ficou claro é que no
coração da mulher havia um enorme desejo de receber uma bênção, e no coração de
Deus repousava uma vontade imensa de abençoá-la, portanto, as vontades
convergiram, de modo que pareceu fácil a Jesus determinar que fosse feita a
vontade da mulher, pois ela havia alcançado um coração semelhante ao de Deus!
Entender
o projeto de Deus é sinônimo de compreender que tudo de melhor que o homem
receba nesse mundo não passa de MIGALHAS, fragmentos mínimos do verdadeiro
banquete que está num plano exclusivamente espiritual, aguardando tão somente
você decidir passar toda a eternidade se alimentando do melhor que Deus tem
para oferecer. Agora, se você quiser detalhes sobre o que contém nessa farta
mesa, sinto desapontá-lo, apenas poderei repetir o que disse o apóstolo Paulo
em I Coríntios 2:9 e afirmar que “as coisas que o olho não viu, e o ouvido não
ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que
o amam”, portanto a escolha é sua, aceite o convite para um jantar especial ao
lado de um soberano e amoroso Deus, ou continue se contentando apenas com
migalhas.
Na rocha mais alta do que eu, Danilo Dias
Texto:
Saulo Daniel Lopes
Site
de origem: jesuscopy.com